Eduard respirou fundo e ao contrário do que imaginava Jamie, não se fez contra responder a pergunta que ela tinha feito. Fez até muito mais, parecia que havia palavras presas em sua garganta que precisavam ser ditas.
Desde o começo, realmente, ele não tinha se negado a cooperar, não que os outros o tivessem feito, tirando Charlott, sabia que os outros dois apenas não tinham se metido com ela por causa do que ela segurava agora nas mãos.
Enquanto subiam as escadas, o homem explicou o que tinha dito e pelo que Jamie entendeu, ele podia afetar a mente das pessoas de alguma forma, talvez horrorizá-las ou enlouquecê-las, ela não tinha idéia de quão complexo isso poderia ser.
Os pensamentos do homem eram os mesmos dela, e ficou intrigada ao ver que ele não procurava glória ou liderança, apenas a mesma coisa que ela.
Era interessante como ao mesmo tempo, ele se gabava e se culpava pelo que fazia. Falava alto, algumas palavras eram bem amargas, mas pontuava sempre com uma risada ou um sorriso, dependia de que rumo o assunto tomava, andava devagar, talvez sentisse dor ainda, porém seus olhos estavam bem vivos.
- A freira estava certa. Sou o demônio. O que eu fiz com o bibliotecário foi cruel, divertido talvez, mas não desnecessário. Estávamos com pressa, e eu fiz o que me deu na telha.
Essa frase foi a que mais marcou e mostrou mais sobre o caráter do homem, ela não o julgaria. Quem era ela para isso? Apenas continuou ouvindo o relato.
Ele então explicou sobre sua ligação com Luis e sua suspeita, ao apontar a porta onde o homem poderia estar e se não havia saídas naquele lugar, a única coisa que veio a mente de Jaime foi outra porta, a do vagão do trem mais cedo.
Uma magoa maior agora era mostrada, ela não saberia dizer se magoa seria mesmo o nome, mas sabia que Johan em suas tentativas – algumas muito frustradas - de ajudar, acabara era provocando o desdém do homem.
Chegaram ao fim da escadaria, e Eduard sentou-se, terminara seu relato. Jamie estava agradecida por ele ter falado abertamente, era a primeira vez que alguém no grupo tinha se mostrado sem as máscaras.
Johan que havia seguido para o andar superior ouvira toda a conversa e ao ver que o outro tinha se calado, rebateu os comentários sobre sua pessoa. Jamie virou-se para encará-lo, mais uma vez sentiu uma ponta de tristeza por aquele tombo não ter feito maior estrago.
Porém, quem respondeu não foi Eduard, e sim, Sarah. Parecia ter recuperado seu fel habitual, e não me refiro a roupa.
A irlandesa olhava incrédula. Será que essas pessoas não conseguiam manter pelo menos uma trégua entre elas? Quem dirá manter uma barreira em prol de suas vidas, não era de se estranhar que a francesa tivesse ficado a beira da morte.
Eduard estava rindo, parecia se divertir com a situação, só que enquanto os três discutiam e inflamavam os seus egos, mais batidas eram ouvidas na porta e vozes exaltavam-se mais do lado de fora, minutos preciosos eram perdidos.
Charlott, estava agora em pé, tentava se recompor e as palavras que vieram dela, foram as mais racionais até agora. Era uma mulher valente, e ao contrário do que Jamie pensou quando a conheceu, inteligente.
Porém, Johan e Sarah, em sua guerrinha pessoal, entre insultos e justificativas, pouco deram atenção.
Jamie estava à beira de um ataque de nervos, sentia vontade de ela mesma acabar com todos ali dentro.
Como podiam ser tão infantis e ególatras? Se queriam mostrar algum ato heróico, deveriam superar suas diferenças e trabalhar em conjunto. O sangue fervia em suas veias, estava acostumada com pessoas honestas, que mesmo que o laço fosse algumas moedas de ouro, suas palavras valeriam muito mais que qualquer pagamento.
Já era hora de tudo isso mudar.
– SERÁ QUE VOCÊS NÃO CONSEGUEM PARAR DE LATIR UM MINUTO? DE QUE ADIANTA QUEM FEZ O QUE OU DEIXOU DE FAZER?!
- REALMENTE ESTÁ SENDO EXTREMAMENTE UTIL TUDO QUE ESTÃO FALANDO AQUI, OLHA, ME SINTO HONRADA DE ESTAR NO MEIO DE UM GRUPO COMO ESSE.
- A única pessoa que foi sensata aqui foi a Charlott, mesmo ela tendo quase morrido por estar tentando livrar a sua pele, – Apontou para Johan – – E depois ter quase morrido por que a senhora freia e o paspalho não conseguem conversar!
- Será tão difícil virar para o outro e dizer o que pretende fazer, ou o que precisa ser feito? Isso teria evitado toda essa discução inútil. Não estou de acordo com muito do que o Paspalho fez, só que ao contrário de vocês dois, – Falava agora para Sarah e Eduard , ele não tem a mente tão desenvolvida, em nenhum aspecto, parece.
- Entretanto, se vocês dois não perdessem tempo se odiando, talvez as coisas pudessem ter ficado mais claras antes. E ISSO AGORA TAMBÉM NÃO IMPORTA MAIS, estamos todos com sangue nas mãos, temos que continuar!
- Aprendam, pelo menos enquanto estivermos juntos, a trabalharmos juntos ou vamos todos morrer aqui, seja na biblioteca ou fora dela. Já é quase noite como o outro falou, não temos sequer um plano e aquela estante vai cair em breve.
Os olhares que Jamie recebia, não poderia identificar que sentimentos exprimiam, pois não estava realmente interessada, apenas gostaria que mesmo que a odiassem, a ouvissem.
Foi em direção da porta, onde antes Eduard dissera que Luis estava. Segurou a maçaneta e se voltou para o grupo outra vez.
– Eu não acredito em demônios, Eduard, você está na minha frente e é humano, não me importa o que pode fazer com sua mente, não te julgo cruel, certo ou errado, de certa forma o que fazes com a mente eu faço com o machado, a irmã com sua língua ferina ou espada, nosso querido paspalho com o arco e a Charlott com seus dotes e lábia; Somos todos demônios?
- Também não acredito em providencia divina Irmã, com todo respeito que a senhora pode ter de mim, estou sendo sincera, pouco me importo com essa lenga de religião, acredito apenas em Mim, e no momento gostaria muito de acreditar em vocês.
- Se repararam bem, essa discução já nos levou muitos minutos e eles ainda não entraram, será mesmo que a porta está os impedindo?
A garota estava cansada, suja, o sangue com seu cheiro forte impregnava suas narinas, sentia fome, sede, desejou que logo tudo acabasse para sentar e pegar em sua bolsa o cantil de água e algo para enganar a fome.
Então, voltando-se para a porta, girou a maçaneta e abriu a porta.
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(Off: As falas em Spoiler é para não cansar mais do que já irá o texto, já que todos sabem as falas, eu apenas precisava de uma base. Por favor, quem fala é a Jamie e ela é bem seca e estourada, nada pessoal com ninguém.
Narrador, caso haja algo que extrapolei, por favor, tire o post, que eu edito.
Obrigada!)
Desde o começo, realmente, ele não tinha se negado a cooperar, não que os outros o tivessem feito, tirando Charlott, sabia que os outros dois apenas não tinham se metido com ela por causa do que ela segurava agora nas mãos.
Enquanto subiam as escadas, o homem explicou o que tinha dito e pelo que Jamie entendeu, ele podia afetar a mente das pessoas de alguma forma, talvez horrorizá-las ou enlouquecê-las, ela não tinha idéia de quão complexo isso poderia ser.
Os pensamentos do homem eram os mesmos dela, e ficou intrigada ao ver que ele não procurava glória ou liderança, apenas a mesma coisa que ela.
Era interessante como ao mesmo tempo, ele se gabava e se culpava pelo que fazia. Falava alto, algumas palavras eram bem amargas, mas pontuava sempre com uma risada ou um sorriso, dependia de que rumo o assunto tomava, andava devagar, talvez sentisse dor ainda, porém seus olhos estavam bem vivos.
- A freira estava certa. Sou o demônio. O que eu fiz com o bibliotecário foi cruel, divertido talvez, mas não desnecessário. Estávamos com pressa, e eu fiz o que me deu na telha.
Essa frase foi a que mais marcou e mostrou mais sobre o caráter do homem, ela não o julgaria. Quem era ela para isso? Apenas continuou ouvindo o relato.
Ele então explicou sobre sua ligação com Luis e sua suspeita, ao apontar a porta onde o homem poderia estar e se não havia saídas naquele lugar, a única coisa que veio a mente de Jaime foi outra porta, a do vagão do trem mais cedo.
Uma magoa maior agora era mostrada, ela não saberia dizer se magoa seria mesmo o nome, mas sabia que Johan em suas tentativas – algumas muito frustradas - de ajudar, acabara era provocando o desdém do homem.
Chegaram ao fim da escadaria, e Eduard sentou-se, terminara seu relato. Jamie estava agradecida por ele ter falado abertamente, era a primeira vez que alguém no grupo tinha se mostrado sem as máscaras.
Johan que havia seguido para o andar superior ouvira toda a conversa e ao ver que o outro tinha se calado, rebateu os comentários sobre sua pessoa. Jamie virou-se para encará-lo, mais uma vez sentiu uma ponta de tristeza por aquele tombo não ter feito maior estrago.
- Spoiler:
- - Queria que eu adivinhasse tudo isso, idiota? É fácil pra você falar, mas imaginesse na minha posição. Você havia bancado o machão e estava derrubado. Aquele homem ia matá-lo. Era você ou ele. Poderia ser um pouco mais agradecido, em vez de bancar o doente mental caçando cordeiros. Ele não é um troféu. Foi um bom soldado e morreu com honra, algo que talvez você nunca entenda. Já parou pra pensar que você poderia estar morto no lugar dele se eu tivesse ido procurar Luís? E que o soldado poderia ter matado a freira e desafiado Jamie? E conseqüentemente, Charllot também teria morrido. Já parou pra pensar em tudo isso? Eu não banco o herói, eu sigo o que acho certo. Da próxima vez que sentir alguma vibração estranha aí, fale direito...
Porém, quem respondeu não foi Eduard, e sim, Sarah. Parecia ter recuperado seu fel habitual, e não me refiro a roupa.
- Spoiler:
- E vais lhes contar seu nome agora, Demônio Eduard? O seu nome original?
....
-Aliás, Johan, que bom que você está aqui. Assim podemos sempre ter alguém para criticar todos nossos atos, com uma superioridade que só você tem. Afinal, claro que é simples julgar, sendo você tão bom. Se quer ser um cão de guarda melhor, pare de ladrar. Já atrapalhou demais para um dia só.
A irlandesa olhava incrédula. Será que essas pessoas não conseguiam manter pelo menos uma trégua entre elas? Quem dirá manter uma barreira em prol de suas vidas, não era de se estranhar que a francesa tivesse ficado a beira da morte.
- Spoiler:
- -Meu nome, irmã? Pra quê? Shihihihahahaa! Não precisamos de um nome! Vamos todos nos chamar Johan! Quero ser que nem ele quando eu crescer!
Eduard estava rindo, parecia se divertir com a situação, só que enquanto os três discutiam e inflamavam os seus egos, mais batidas eram ouvidas na porta e vozes exaltavam-se mais do lado de fora, minutos preciosos eram perdidos.
Charlott, estava agora em pé, tentava se recompor e as palavras que vieram dela, foram as mais racionais até agora. Era uma mulher valente, e ao contrário do que Jamie pensou quando a conheceu, inteligente.
- Spoiler:
- - Ou trabalhamos em grupo, ou morreremos aqui!!! - Assez! Dane-se nomes, se estivermos na prisão ou mortos do que isso adiantaria? Temos que sair daqui...
Porém, Johan e Sarah, em sua guerrinha pessoal, entre insultos e justificativas, pouco deram atenção.
- Spoiler:
- -Então o plano é esperar o toque de recolher?
Jamie estava à beira de um ataque de nervos, sentia vontade de ela mesma acabar com todos ali dentro.
Como podiam ser tão infantis e ególatras? Se queriam mostrar algum ato heróico, deveriam superar suas diferenças e trabalhar em conjunto. O sangue fervia em suas veias, estava acostumada com pessoas honestas, que mesmo que o laço fosse algumas moedas de ouro, suas palavras valeriam muito mais que qualquer pagamento.
Já era hora de tudo isso mudar.
– SERÁ QUE VOCÊS NÃO CONSEGUEM PARAR DE LATIR UM MINUTO? DE QUE ADIANTA QUEM FEZ O QUE OU DEIXOU DE FAZER?!
- REALMENTE ESTÁ SENDO EXTREMAMENTE UTIL TUDO QUE ESTÃO FALANDO AQUI, OLHA, ME SINTO HONRADA DE ESTAR NO MEIO DE UM GRUPO COMO ESSE.
- A única pessoa que foi sensata aqui foi a Charlott, mesmo ela tendo quase morrido por estar tentando livrar a sua pele, – Apontou para Johan – – E depois ter quase morrido por que a senhora freia e o paspalho não conseguem conversar!
- Será tão difícil virar para o outro e dizer o que pretende fazer, ou o que precisa ser feito? Isso teria evitado toda essa discução inútil. Não estou de acordo com muito do que o Paspalho fez, só que ao contrário de vocês dois, – Falava agora para Sarah e Eduard , ele não tem a mente tão desenvolvida, em nenhum aspecto, parece.
- Entretanto, se vocês dois não perdessem tempo se odiando, talvez as coisas pudessem ter ficado mais claras antes. E ISSO AGORA TAMBÉM NÃO IMPORTA MAIS, estamos todos com sangue nas mãos, temos que continuar!
- Aprendam, pelo menos enquanto estivermos juntos, a trabalharmos juntos ou vamos todos morrer aqui, seja na biblioteca ou fora dela. Já é quase noite como o outro falou, não temos sequer um plano e aquela estante vai cair em breve.
Os olhares que Jamie recebia, não poderia identificar que sentimentos exprimiam, pois não estava realmente interessada, apenas gostaria que mesmo que a odiassem, a ouvissem.
Foi em direção da porta, onde antes Eduard dissera que Luis estava. Segurou a maçaneta e se voltou para o grupo outra vez.
– Eu não acredito em demônios, Eduard, você está na minha frente e é humano, não me importa o que pode fazer com sua mente, não te julgo cruel, certo ou errado, de certa forma o que fazes com a mente eu faço com o machado, a irmã com sua língua ferina ou espada, nosso querido paspalho com o arco e a Charlott com seus dotes e lábia; Somos todos demônios?
- Também não acredito em providencia divina Irmã, com todo respeito que a senhora pode ter de mim, estou sendo sincera, pouco me importo com essa lenga de religião, acredito apenas em Mim, e no momento gostaria muito de acreditar em vocês.
- Se repararam bem, essa discução já nos levou muitos minutos e eles ainda não entraram, será mesmo que a porta está os impedindo?
A garota estava cansada, suja, o sangue com seu cheiro forte impregnava suas narinas, sentia fome, sede, desejou que logo tudo acabasse para sentar e pegar em sua bolsa o cantil de água e algo para enganar a fome.
Então, voltando-se para a porta, girou a maçaneta e abriu a porta.
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(Off: As falas em Spoiler é para não cansar mais do que já irá o texto, já que todos sabem as falas, eu apenas precisava de uma base. Por favor, quem fala é a Jamie e ela é bem seca e estourada, nada pessoal com ninguém.
Narrador, caso haja algo que extrapolei, por favor, tire o post, que eu edito.
Obrigada!)